domingo, 8 de fevereiro de 2015

Por um mundo não comunista

Muro de Berlim

Queda do Muro de Berlim - Novembro de 1989

Foto: Gavin Stewart

Dia desses li uma frase que me chamou a atenção.

Era algo assim:

              “Comunista é aquele que leu Marx.
               Anticomunista é aquele que entendeu Marx.”

Esperem, vou pôr um parêntese aqui:

Não estou comentando sobre partidos políticos, quaisquer que sejam, vamos deixar isso bem claro aos antipetistas e aos petistas. Não quero abrir discussões sobre isso aqui.

Bem, voltemos ao texto.

A ideia do comunismo não é algo recente, e nem é tão fruto assim da imaginação de Karl Marx e seu amigo Engels. Platão (427-347 a.C.) já pensara isso lá atrás... bem lá atrás, afinal foi antes de Cristo.

O filósofo grego queria extinguir as propriedades privadas e as famílias; os filhos seriam criados pelo Estado, tudo em prol da comunidade, cujos interesses sobrepujariam quaisquer interesses individuais.

E todo mundo “viveria igual, feliz e quietinho”, como vaquinhas em um presépio.

Na Idade Média, os feudos e o exagerado enriquecimento da Igreja também deram origem a movimentos com o intuito de abolir as desigualdades. Alguns religiosos, eu diria: os mais espertos, defendiam que a nobreza fosse extinguida e apoiavam a revolta dos camponeses como base para uma nova justiça social.

O Britânico Thomas Morus, no século XVI, também questionava os valores da época em favor de uma sociedade ideal. Ele escreveu “Utopia”, obra que apontava bases para que o comunismo subordinasse a individualidade em favor do coletivo.

No século XVII, com a Revolução Inglesa, os trabalhadores reivindicaram o fim das propriedades privadas e que as riquezas fossem igualadas coletivamente.

Como se pode ver, comunismo é algo que vem sendo tentado há mais de 2400 anos, sem sucesso.

Marx, de quem muito se fala hoje em dia, não fugiu às regras das tentativas anteriores.

Resumindo, bastante, a ideologia de Karl Marx:

Acabam as desigualdades; as classes subordinadas tomam o controle do Estado.

Desta forma, ao novo Estado, agora gerido pelas classes subordinadas, fica a missão de pôr em prática mudanças a favor do fim das desigualdades, não só sociais, mas também econômicas.

Um governo fixado nos interesses dos trabalhadores que ao longo do tempo reforçaria a ideia do comunismo, culminando com a extinção do Estado em favor da sociedade, uma sociedade em que as riquezas seriam distribuídas igualmente àqueles que contribuíssem com sua força de trabalho. Nem pobres, nem ricos.

É isso que Karl Marx tratou na obra O Capital. Em seu livro, ele defende a tomada do poder pelos empregados das fábricas e a adoção de uma economia planejada que poria fim às desigualdades e supriria todas as necessidades dos indivíduos.

De todas essas tentativas infrutíferas de fazer valer um Estado proletário, tiro uma conclusão bastante simples: o ser humano é dotado de sentimentos? Se a resposta for um sim, toda a teoria vem por água abaixo.

A meu ver, o comunismo somente daria certo em uma comunidade robótica, em que ninguém tivesse vontade ou qualquer outro sentimento. Contudo, uma lobotomia geral não faz sentido algum.

Insisto que se pensam nisso desde Platão, há mais de 2400 anos e, nesse tempo todo, não deu certo, por que daria agora? Não deu, não daria e nunca dará - o ser humano continuará sendo um ser pensante, com vontade própria.

O muro caiu na Alemanha comunista, terra de Marx, e ela se juntou à Alemanha Ocidental porque viu que não dava mesmo certo. Fim do comunismo no país, ou melhor, fim do país.

A outrora forte União das Repúblicas Socialistas Soviéticas desmembrou-se e hoje temos eleições presidenciais na Rússia.

Dois bons exemplos de países com pessoas inteligentes que souberam ver a impossibilidade da aplicação do comunismo, haja vista que, na época, o povo vivia à míngua e os poucos no poder cada vez mais fortes e ricos. Quede a distribuição igualitária que nunca houve?

Outros dois exemplos marcantes: Cuba e Coreia do Norte - dois países notadamente comunistas em que o povo nada tem e os donos do poder vivem uma vida nababesca.

Onde foram parar as ideias da divisão, da igualdade? Fim do Estado? Só rindo para não chorar.

Acabo dando razão ao dono da frase acima e, vou além:

No mundo sempre valeu muito mais o ter que o ser. Por isso acho que o comunista, tendo ou não lido Marx, deixa de ser comunista:

a) No primeiro instante em que cessar a locupletação que o sustenta.

b) No primeiro instante em que for prejudicado de forma direta, principalmente se afetado em sua economia,  pelas ações do comunismo.

Os que entenderam, perceberam que as ideias são mais que utópicas, que o ser humano não é um dos personagens sagrados do livro A Cabana (Elousia, Emanuel e Sarayu), especialmente no trecho abaixo:

- “... não existe o conceito de hierarquia entre nós, apenas de unidade (...). 
Os humanos estão tão perdidos e estragados que para vocês é quase incompreensível que as pessoas possam trabalhar ou viver juntas sem que alguém esteja no comando.”

Esta é a minha opinião. Cada um tem a sua.

Sugestões de leitura:

1) Um experimento socialista

2) A Cabana. Não leu? Clique aqui e leia minha resenha postada em 22/09//2009.

2 comentários:

Marcos Jorge Matusevicius via Facbook disse...

Perfeito!
Outro dia estávamos conversando exatamente sobre isso.
A presença do ser humano deturpa os conceitos e o resultado é sempre o mesmo que conhecemos há milênios: ditadura de uma minoria e espoliação e opressão da grande maioria.
Realmente, só tem como funcionar no pós-vida, no "Nosso Lar".
Assim, é fato: quem defende isto por aqui, ou é oportunista e quer fazer parte da minoria dominante, ou não tem capacidade intelectual de entender.
Parabéns pelo artigo!

Cahe´s blog disse...

Informado pelo amigo Matusevicius: a frase que originou este texto é de Ronald Reagan.