terça-feira, 30 de agosto de 2011

Aos tapas

BrigaLá estavam Samuel e Maurício atracando-se, aos tapas, empurrões, xingamentos, tentativas de socos e ninguém conseguia separá-los para poder explicar o que havia ocorrido, que era tudo um mal entendido.
Briga feia, daquelas que nem polícia consegue apartar.
Mas, qual o por quê dessa briga?
Bem, para entendermos isso, precisamos conhecer os dois personagens desta história e voltar um pouco no passado. Então, vamos lá.
Samuel, com seus 16 anos, era um adolescente simpático, sem grandes manias e que gostava muito de ler. Todavia, por um distúrbio de nascença, tinha dificuldades na fala e possuía uma grande falta de coordenação - não conseguia andar direito e pegar algo era complicado.
Sempre de bom humor, levava a vida na brincadeira e, na prática, somente ficava bravo, e muito, quando alguém o imitava nos trejeitos do andar ou falar. Deixava a educação de lado e cobria o engraçadinho - fosse quem fosse - de tapa, socos, pontapés e o que mais conseguisse. Conversar? Que nada, o tratamento aí era, como ele próprio dizia, "na porrada".
Maurício, aos 17 anos, era também um simpático adolescente, brincalhão por natureza e, tirando a mania de ler, era um jovem sem vícios. Vivia para a vida, uma vida feliz apesar dos percalços advindos por uma dificuldade motora que lhe impunha um andar desajeitado e uma fala meio esquisita.
Tirá-lo do sério? Ninguém conseguia a não ser que o imitassem no andar ou na fala, aí achava que estavam fazendo pouco dele e partia logo para a briga, sem explicações, "partia para a ignorância", como fazia questão de afirmar. Este desaforo não levava para casa.
Mas há um terceiro personagem nesta história, um sujeito brincalhão chamado Destino que, sem perder a oportunidade assim que ela bateu à porta pela primeira vez, fez com que Samuel estivesse saindo do cinema enquanto Maurício lá entrava.
Um olhou para o outro, o outro olhou para o um e, bem, o resto não é difícil de imaginarmos, afinal, passou o mesmo pensamento em cada uma das cabeças: "- O que pensa aquele moleque metido me imitando em público? Estaria ele pensando que aqui não tem homem?"
A ignorância aflorou concomitantemente dos dois lados e aí, bem, aí é o começo desta história.
Mas, com certeza há de termos um final feliz pois, com o caso explicado - isso se um dia pararem com a briga - eles têm tudo para serem bons amigos e darem boa risada desse episódio.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Experiência de Fé

Amigos,

Deus é um só, não importa qual religião você tenha, mas, Fé, cada um tem a sua e todas devem ser respeitadas.

Eu professo a fé messiânica e o texto a seguir é uma experiência que tive e relatei hoje na Oração da Construção no Johrei Center Gonzaga e, agora, deixo registrado aqui no Blog para compartilhá-la com todos.

Abracei a Igreja Messiânica em 1993 e não abro mais mão dela. Meishu-Sama, seu fundador, ensinou-me a amar a Deus e ser um homem bem melhor e são experiências como essa que me tornam cada vez mais próximo dela.

Bem, vamos ao que interessa:

Experiência de Fé

Meu nome é Carlos Henrique Fontes Freire, sou messiânico há 17 anos e dedico como responsável da Caravana ao Solo Sagrado, além de plantonista aos sábados e locução nos cultos.

Já tive muitas experiências na Igreja e gostaria de narrar a que mais me marcou.

Meu pai era um homem que amava e respeitava muito minha mãe e, pelos amigos, era considerado um homem muito gentil, amistoso e brincalhão. Entretanto, no trato com os filhos, ele era muito severo e não admitia brincadeiras. Era o senhor supremo que deveria ser obedecido de pronto em tudo que ordenasse.

Não havia amizade em nosso relacionamento e, conseqüentemente, não havia respeito. Havia sim um sentimento de medo pela pessoa dele. Quando ele chamava, lá ia eu, já tremendo e temendo pelo que iria acontecer. As surras eram bravas.

Isso tudo gerou um sentimento muito ruim e o contato com ele era cada vez mais difícil. Quando pequeno, havia o medo e, quando cresci, o medo foi embora, ficando apenas uma grande mágoa. Em determinada época, fiquei mais de três anos sem conversar com ele, embora tivéssemos um contato diário.

Mesmo meu pai tendo passado para o plano espiritual em dezembro de 1993, continuei carregando comigo esse sentimento, até o dia em que compreendi, por intermédio dos ensinamentos de Meishu-Sama, que era preciso entender as razões de meu pai, o modo pelo qual foi criado e outras situações, enfim aceitá-lo tal como era.

Acabei dando um giro de 180° em meus sentimentos e, o mais importante, sem precisar perdoá-lo, pois compreendi que não havia nada a perdoar, até porque, caso o perdoasse, estaria admitindo uma certa culpa dele o que, definitivamente, não era o caso.

Com o passar do tempo, incluí-o em minhas orações diárias e fui fortalecendo o elo com seu espírito, a ponto de obtermos a permissão de, em um momento difícil, estarmos juntos, como a seguir vou relatar.

Certa vez, vamos dizer que "sonhei" que estava no plano espiritual e estive na presença dele. O lugar era para lá de horrível, parecia-se com um mangue e meu pai estava sentado em um toco de árvore, só de calção, muito magro e sem as marcas das cirurgias que havia feito. Ele, que não era de falar palavrões, olhou-me e proferiu duas palavras “TÔ FUDI...”. Levantou-se e entrou em uma espécie de lago, com águas muito sujas e sentou-se no fundo, onde havia outras “pessoas” já sentadas.

Pela manhã, conversando com minha mulher, disse-lhe que, embora não entendendo muito o por quê, meu pai havia me pedido, católico que era, dez missas.

Ligando para Jacareí, sua cidade natal, onde está enterrado e também onde morava minha mãe, falei com minha irmã sobre o ocorrido e perguntei-lhe se elas haviam rezado missas para o meu pai.

Quando ela me falou que havia somente mandado rezar a missa de sétimo dia, compreendi o que meu pai estava pedindo - ele precisava de uma missa para cada mês de sua morte, estávamos em outubro e fazia dez meses que ele havia falecido.

Pedi então para que minha irmã providenciasse as dez missas e mais duas, a serem rezadas nos dias 17 de novembro e de dezembro, quando completaria um ano de sua morte.

Por estar trabalhando em um horário que me impedia de comparecer à Igreja Messiânica, minha mulher fez, durante dez dias, no culto das 18 horas, orações para elevação do espírito de meu pai.

Continuei com minhas orações diárias na tentativa de fazer com que ele tivesse permissão de sair do nível inferior e péssimo local em que se encontrava e, para surpresa minha, a resposta veio como um grande presente.

Estava na residência de um senhor adoentado ministrando-lhe Johrei e, ao fechar meus olhos, vi perfeitamente o antebraço e a mão de meu pai no lugar onde deveriam estar o meu antebraço e minha mão.

Não houve dúvidas. Tive a certeza de que meu pai se elevou espiritualmente e recebeu a permissão de estar servindo a Deus e a Meishu-Sama junto comigo, ministrando aquele Johrei. Isso confirmou o que aprendemos na Prática do Sonen, que servimos junto com nossos antepassados e mostrou também o novo sentimento com que estou servindo a Obra Divina de Meishu-Sama, que está proporcionando elevação espiritual e luz para meus antepassados.

Foi uma grande emoção presenciar aquela cena, ver a mão de meu pai ministrando comigo aquele Johrei, sendo útil no mundo espiritual.

Sempre fui meio cético, mas, posso assegurar, e é o que falo para todos os meus amigos: a Igreja Messiânica conquistou-me não só pelos ensinamentos de Meishu-Sama que conheci, mas, principalmente pelas experiências vivenciadas, que são na verdade, tesouros que solidificaram minha fé e norteiam a minha vida.

E, por tudo isso e muito mais, só tenho a agradecer a todos vocês que formam a comunidade messiânica e, principalmente, a Deus, a Meishu-Sama e meus antepassados.

Muito obrigado.