quarta-feira, 25 de julho de 2012

Contos Twitteranos [10]

Contos Twitteranos

Contos que, como no Twitter, devem conter
um máximo de 140 toques.
O mais legal é fazer com que fiquem
com exatos 140 toques.

181) Quem corneia, corneado é (140 toques)
Pegava todas. Nenhuma lhe escapava. Achava-se o tal corneando a esposa que “de nada sabia”. Um dia chega em casa e pega o Mário no armário.

182) Um banheiro! (140 toques)
Chegou em casa apertado. Embicou o carro na garagem, desceu correndo e destravou o portão. Entrou no carro e... crás! Faltou abrir o portão.

183) Fé é acreditar (140 toques)
Escalada noturna. Caiu e ficou pendurado. Pediu ajuda a Deus. -“Corte a corda”, ouviu. Nunca! Pensou. Raiou o dia e ele morto a 1m do chão.

184) O cão e a ladra (140 toques)
Enquanto o cão ladra, a ladra tenta invadir, mas, noite adentro, o barulho preocupa. Invadir ou não invadir? Eis a questão. Cala a boca cão!

185) Acordando cedo (140 toques)
De 2ª a 6ª era duro acordar o filhão. Jogavam até água gelada para não perder a hora. Sábado, manhã, 5h30: - Pai! Mãe! Tô saindo pra surfar!

186) Bungee jump (140 toques)
Bungee jump. Tinha medo mas queria. Foi! Um cara descia vaiado. Subiu, olhou, sentiu o medo a vencer. Cerrou os olhos e... pediu pra descer.

187) Real e virtual (140 toques)
Quando criança brincava na fazenda real com amigos reais. Hoje, um adulto, brinca na fazenda virtual com amigos virtuais. Que mundão é esse?

188) Insônia (140 toques)

Dormiu no sofá, em frente à TV. Sonolento, levantou-se e foi para a cama. Rolou e rolou e nada de dormir. Só adormeceu depois que amanheceu.

189) Pôker (140 toques)
Todas as chances eram contra ele. No pôker, não tinha a experiência dos adversários. Mas havia a sorte dos principiantes. Saiu duro. Perdeu!

190) Distração (140 toques)
Queria dormir cedo para acordar cedo e não se atrasar. Distraiu-se com o trétis, dormiu tarde. Perdeu a hora. Maldito celular com joguinhos.

191) História de pescador (140 toques)
Foi pescar. Deu a maior sorte. Nunca pegara tanto peixe. E grandes. Na volta, foi assaltado e levaram tudo. Quem acreditaria nessa história?

192) A sogra (140 toques)
Adorava a sogra. Curtia muito aquela boa e velha senhora. Era invejado. Tudo mudou quando ela veio do Pará para morar com o casal em Santos.

193) Bebida [1] (140 toques)
Ia às festas e bebia todas. – E a festa? – Bebi todas, dizia. Um dia não pôde beber por causa de uns exames. Viu que a festa foi bem melhor.

194) Bebida [2] (140 toques)
Carnaval. Alegria. Saiu dizendo que iria rasgar a fantasia, acabar-se. Bebeu muito e enfiou o carro em um muro. Acabou foi o saldo bancário.

195) Não sou! (140 toques)
Os amigos o convenceram. E o grupo foi “tirar uma onda” no baile gay. Uma foto no jornal. Os dias no escritório nunca mais foram os mesmos.

196) Quase afogado (140 toques)
Não sabia nadar. Caiu no lago. Entrou em desespero: Socorro! Todos olhavam e riam. Levanta! Alguém gritou. Meio metro de profundidade. Mico!

197) Namoro (140 toques)
A namorada chegou, desmanchou, ele chorou, a luz apagou, o mundo acabou. A Regininha ele conheceu, reviveu, a luz acendeu, o mundo renasceu.

198) Mochileiro (140 toques)
De mochila, embarcou sem dinheiro. Queria ser mochileiro pela Europa. Passou perrengue e alegrias. No final, valeu a pena ver o velho mundo.

199) Asa-Delta (140 toques)
Tinha muito medo, mas queria mesmo fazer um voo duplo de asa-delta. Reuniu coragem e pulou. Borrou-se todo! Devia ter ido ao banheiro antes.

200) Vaidade pro brejo (140 toques)
Vaidoso, vestia-se bem. Mas, em sua primeira reunião informal na casa do presidente da empresa, não reparou que a calça nova estava rasgada.

sábado, 7 de julho de 2012

Amor à primeira vista

Aliança partidaEncontraram-se em um bar. Os dois haviam acabado de fazer 18 anos e, em plena “pré-adultice”, viram-se, olhos nos olhos, amor à primeira vista.

No dia seguinte falaram-se por telefone durante mais de duas horas. Entendiam-se como se um conhecesse o outro há vários anos.

Marcaram um encontro, outro, outro e outro. Acabaram por estar juntos praticamente todos os dias, não importava a hora.

Era perfeito. Um completava o outro e aquela felicidade total de quando estavam juntos irradiava-se por todos os lados.

Nem com as sogras havia problema, pois os dois curtiam, cada um a sua e eram amados como se filhos fossem.

Passaram os anos e o amor cada vez mais enraizado. Claro que havia problemas, uma briguinha aqui e ali, ou uma discussão perdida no dia a dia, mas até esses dissabores eram legais, pois sempre terminavam em conciliação, o que era ótimo.

A paixão de cada lado era inequívoca. Não havia lugar para o ciúme já que a confiança era total e um não sabia viver sem o outro.

Com a idade amadurecendo, veio a conclusão mais que óbvia para qualquer casal que se ama, namora há tanto tempo e quer terminar seus dias embalado no colo um do outro: casamento.

Nada de pressa. Marcaram a data do noivado, o que aconteceu no mesmo bar em que se conheceram. A cerimônia ocorreu da melhor forma possível, com a presença de vários amigos, dos pais e oficiada pelo Zé Marco, o amigo que os apresentara oito anos atrás.

Aliança no quarto dedo de cada um, como manda a tradição e crendo na lenda chinesa, as idéias começaram a brotar de forma mais madura. Casamento era mesmo algo muito sério e deveria ser tratado com toda a pompa.

Ambos eram só felicidade.

Como Adalberto já morava sozinho, em um apartamento confortável e espaçoso para as crianças que viriam, optaram por morar lá mesmo, apenas adaptando-o para receber os nubentes depois do tão aguardado “sim”.

Móveis novos - do gosto dos dois -, cama king size na suíte principal, a que seria o ninho de amor do casal; sala aconchegante; cozinha toda equipada... tudo do melhor para acolher a família mais feliz do mundo.

Os dias iam passando, a data chegando e o tempo cada vez mais exíguo. Não sobrava muito para o que ainda estava por fazer, mas eles corriam e tudo ia bem.

Faltando menos de duas semanas para o grande evento, um problema inesperado atingiu os dois como uma bomba.

A briga foi feia e tudo estava por desmoronar.

Os amigos, sem saber do que se tratava, tentaram interceder... nada.

Os irmãos, também desconhecendo as razões, vieram na esperança de fazerem os dois cederem... nada.

Os pais, que também não faziam ideia do que havia acontecido, chamaram os dois para uma conversa franca... nada

As esperanças estavam perdidas. Ambos, com a cabeça mais dura que rocha, não queriam abrir mão daquele sentimento e continuavam a se estranhar.

Ninguém tinha certeza do que estava havendo. Apenas especulações e uma impotência absurda por não poder ajudar ou entender o que ocorria.

Todo o amor dos anos passados foi embora e tudo por causa de uma briga que somente eles sabiam e não queriam, por melindre talvez, contar a quem quer que fosse.

Nove anos de namoro e... Fim!

Terminaram o relacionamento às vésperas do casamento e cada um foi para o seu lado.

Eles entendiam que não dava para começar uma vida de casados quando um não queria abrir mão de um desejo para que o outro se sentisse feliz justamente na data máxima: o dia do casamento.

O motivo? Eles queriam a mesma coisa e não chegaram a um acordo e, por isso, terminou a história de amor entre Adalberto e Inácio... os dois queriam ser a noiva.