quinta-feira, 28 de março de 2013

A Sogra

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Ilustração feita pelo Luiz Rafael da Caricômicos,

um parceiro indicado por este Blog.

Em uma das mudanças da família, Roberval passou a ser vizinho de Helena e quando se encontraram pela primeira vez os corações bateram um pouco mais forte.

Esse início foi o começo de uma forte amizade que logo se transformou no que, na realidade há muito já era: amor. O namoro veio naturalmente.

Mas havia um grave problema. Talvez pela pouca idade da filha, a mãe de Helena era radicalmente contra o namoro deles e, decididamente, não gostava de Roberval.

Não gostava era pouco, ela praticamente odiava aquele rapaz. Motivo? Não precisava.

De todas as personae non gratae do planeta, para ela, ele era o campeão.

A simples presença já era um grande incômodo.

Com o sogro, Roberval não tinha qualquer problema, muito pelo contrário. Eles se davam muito bem.

Assim iam passando os anos e ele sempre driblando aquele sentimento malévolo da sogra. Para o coitado, as piadas sobre sogra tinham um verdadeiro sentido. Todas baseadas em fatos bem reais.

Helena por sua vez sempre ia tentando amenizar os sentimentos da mãe em relação ao namorado, sempre infrutiferamente. Ao menos até o dia em que ficaram noivos.

A jovem chamou a mãe em um canto, questionou-a, insistiu em que ele era o homem a fazê-la feliz pelo amor recíproco que sentiam. Parecia uma sofista da Grécia antiga utilizando-se de toda a oratória possível para convencer a irredutível dona Rosinha.

A mãe, vendo o estado da filha, acabou concordando, comprometendo-se a “pegar mais leve” e, quem sabe, até a aprender a gostar do rapaz.

Com isso a vida de Helena deu uma boa melhorada. Ela não mais ouvia a mãe reclamando quando Roberval tocava a campainha, recebia-o com cortesia e tudo estava melhorando a olhos nus.

Melhorando? Bem, superficialmente e na presença de Helena estava mesmo tudo muito bem, mas bastava ela se ausentar que a “velha bruxa da floresta do mal” incorporava na sogra e os reclames e falatórios corriam soltos aliados a caretas e lançamentos de pragas. Era a sogra das piadas reascendendo.

No maquiavelismo da velha cabia até mandar flores a si própria, com cartões “assinados” por Roberval.

Helena voltava e lá estava dona Rosinha toda sorridente, solícita.

Roberval, a sós com Helena, reclamava das atitudes da sogra. Algo que a incomodava já que havia conversado com a mãe e era notório a mudança de comportamento. Como poderia Roberval reclamar agora se até flores ele mandava para a pobre mãezinha.

Para Helena aquilo era cisma, algo que o namorado guardara do passado.

Aproveitando o aniversário de 19 anos de Helena, deram uma parada na festa, chamaram a atenção de todos os presentes e, em uma rápida cerimônia, ficaram noivos sob os aplausos e desejos de felicidades dos amigos.

O sogro o abraçou desejando que ambos fossem verdadeiramente felizes e tivessem um futuro glorioso. Já a sogra... bem a sogra...

Todos viram quando ela o abraçou emocionada, mas ninguém a ouviu dizendo nos ouvidos do pobre coitado que ele bem poderia morrer na lua de mel, deixando toda a herança para a filha poder ser feliz com alguém melhor, aliás, um alguém muito fácil de ser achado.

Ele encenou um sorriso amarelo de agradecimento e procurou apagar de sua mente mais aquela praga lançada pela megera.

E assim foi passando o tempo e como o tempo é um excelente remédio, Roberval aprendeu a lidar com a sogra e não reclamava mais de nada para Helena. Com isso garantia o sossego do noivado e não corria o risco de perdê-la por reclamar da “mãe maravilhosa” que ela tinha.

Helena estava tranquila. Em seu entender, os dois passaram a se dar bem, ao menos assim ela entendia.

Quando se casaram, mudaram-se para uma outra cidade na qual Roberval havia recebido uma ótima proposta de trabalho.

Enfim sós... e longe da sogra. Estava mesmo feliz.

Finalmente estavam casados, o sonho comum de ambos estava concretizado e, naquele lar de amor, pairava uma paz solene.

Quatro excelentes meses de puro êxtase para o casal quando veio uma má notícia:

O pai de Helena falecera. Um enfarto fulminante arrebatara-lhe a vida sem permitir qualquer possibilidade de salvamento.

Claro que a alegria do casal deu uma arrefecida, aquela notícia atingiu a ambos de forma lamentável. Para Helena era a perda do paizão querido e para Roberval a perda do único aliado que tinha, já que a sogra era cada vez mais sogra, claro que longe de Helena - perto da filha era um fingimento só.

Mas a vida tinha de ser tocada e isso eles fizeram. Voltaram a ser felizes por mais um mês quando outra notícia caiu no colo de Roberval, e dada pela própria esposinha querida:

- Benzinho, mamãe não está bem. Desde a morte de papai ela entrou em depressão e precisamos ajudá-la. Assim, conversando com ela e como vocês estão se dando bem, acertamos que ela virá morar conosco. Não vai ser ótimo?

domingo, 17 de março de 2013

Os caminhos do Solo Sagrado

Os Caminhos

Por estes caminhos
Encontro a paz
Paz que a esperança traz
E muito me apraz

Por estes caminhos
Encontro a aliança
Vinda com esperança
De, na Vida, ter confiança

Por estes caminhos
Encontro a verdade
Vinda com a lealdade
De quem prega a bondade

Por estes caminhos
Brilha o Homem sem doença
Observando sempre a crença
De afastar a malquerença

Por estes caminhos
Verdade, bem e belo fazem enobrecer
Os espíritos dos que passam a conhecer
Melhorando, em muito, seu viver

Por estes caminhos há o sentimento de quem ama
Por estes caminhos há a alegria de quem clama
Por estes caminhos, sem melodrama
Imperam os ensinamentos de Meishu-Sama.