sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Vamos falar um pouco do ecologicamente correto

Em Santos há vários - e põe vários nisso - prédios sendo construídos, mas não se ouve falar que em alguns deles está sendo instalado um sistema de reuso de água, algo simples que, financeiramente falando, traz uma enorme economia ao condomínio e, nos tempos de hoje poderemos dizer, principalmente, traria uma enorme ajuda ao meio-ambiente no quesito economia de água, já que pode economizar 80% ou mais da água consumida.

Reutilizando a água da chuva para as descargas nos banheiros, lavagem das áreas comuns dos condomínios e outros fins possíveis, que não sejam para o consumo humano ou animal, essa enorme quantidade de prédios ora em construção faria uma Santos de primeiro mundo, alçando nossa cidade a um patamar inimaginável pelo exemplo que daria.

Pelas notícias que se vê - não é uma certeza mas, praticamente o único prédio que dispõe de um sistema desses é o da FGV na Avenida Conselheiro Nébias e lá a conta da água que mensalmente chega, sem falhar, vem com um valor substancialmente mais baixo, pois muito da água utilizada vem, gratuitamente, dos céus e, dependendo do uso, sequer precisa ser tratada.

Prédios, casas e outras construções poderiam ajustar-se a este sistema. Há vários terminais de contêineres em Santos que utilizam um sistema próprio e toda a água utilizada para a lavagem dos equipamentos é tratada e reutilizada - grande economia, com a borra (resíduos que sobram) ainda podendo ser utilizada na construção civil. Tudo ecologicamente correto.

Não sou especialista no assunto, mas mesmo como leigo dá para observar que as reservas naturais de água doce do planeta estão pedindo socorro e a hora de tomarmos providências já passou. Temos de agir, e rápido.

domingo, 8 de novembro de 2009

Haikais

Uma vez, depois de ler alguns Haikais publicados por Guilherme de Almeida, atrevi-me a escrever alguns. Tratos à bola, rachei a cabeça e descobri um excelente exercício - e gostoso: escrever haikais. Tente (se não souber como contar as sílabas na poesia, o "Tio Google" ensina).

Haikai - poesia japonesa criada por Bashô no século XVII (não exige rima, apenas frases conexas)

5 sílabas / 7 sílabas / 5 sílabas

Um exemplo do próprio Bashô

"Furu ike ya
Kawazu tobi komu
Mizu no oto
"

Traduzindo:

No tanque morto

o ruído de uma

rã que mergulha


Meus Haikarlos (sem métrica mas com a rima Guilhermina - Haikarlos? Neologismo by Profa. Alessio)


Dormindo

Na noite do escuro soturno

Cada casa se cala

Só não cala o sonho noturno

Má sorte

Todos até creem

Que a má sorte pode dar em morte

Mas nem todos veem

Preguiça

Vejo televisão

Se procurar e nada achar

Cochilo no chão

Meus haikais... (com o número certo de sílabas)

Canoro

O canário canta

Em uma manhã cinzenta

O povo encanta

Já era

O ovo podre caiu

O pobre pinto morreu

O mundo ruiu

TCndo

A menina tecla

O computador processa

E ela trabalha

Chuva

Muita água lá fora

Aqui dentro tá escuro

Acendo a luz

Primavera

A rosa abre

No mundo cinza sem cor

E a luz reabre

Meus Haikais Guillerminos (Guilheme de Almeida introduziu a rima: a primeira rima com a terceira e a segunda numa rima interna, consigo mesma) - mesmo número de sílabas do Hakai japonês [5-7-5].


A Caverna

Daqui não permita

Que pegue, tire e leve

Saudade? Admita

Lei de Murphy

Se era para perder

Por que lutou? Devotou?

Melhor esquecer

Queimou

A moça vê TV

Do fogão não tem noção

Queimou o pavê

Já era

Um corpo cai

No chão desse mundo cão

A vida se esvai

Ex-fome

Pizza com Maria

Comer e a fome perder

Noite ou dia

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Um dia de dedicação

ESTE TEXTO É PARA QUEM, COMO EU, ACREDITA QUE HAJA UM PLANO ESPIRITUAL.

Chamem isso de crônica, desabafo, artigo... do que quiserem, mas, pela minha fé, preciso relatar

A Igreja Messiânica Mundial do Brasil, da qual sou membro desde 31 de outubro de 1993, promoveu o Culto aos Antepassados deste ano de 2009 nos dias 1º e 2 de novembro, com a presença de Kyosho-Sama, quarto líder espiritual (neto de Mokiti Okada - Meishu-Sama -, fundador da Igreja), que ministrou johrei em todos os presentes durante o Culto no Solo Sagrado de Guarapiranga, em São Paulo.

Para fazer uma comparação aos leigos, foi como assistir a uma missa com a presença do Papa e receber uma benção do próprio.

Mas, por que este texto aqui, agora? Vamos lá!

Há algum tempo sinto que certa negatividade anda circulando pela minha vida - vamos chamar assim para não entrar em muitos ou certos detalhes. O fato é que isso me tem atrapalhado, causando grande empecilho por mais que eu trabalhe e queira obter sucesso.

Então comecei a buscar no plano espiritual a saída para me livrar desse problema, buscando elevar meu espírito através principalmente da dedicação e do altruísmo.

E assim vi que o convite para dedicar no Solo Sagrado de Guarapiranga durante o Culto aos Antepassados era, na realidade, um atendimento ao meu clamor e, sem pestanejar ou me preocupar com os joelhos estourados por um atropelamento, aceitei.

Fui, fiquei cerca de 24 horas acordado, sendo a maioria delas em pé, dediquei no Centro Cultural - um lugar previamente escolhido pelos coordenadores, pois ali eu poderia sentar e descansar por causa dos joelhos - e passei o dia recebendo as pessoas que iam visitar o Centro, parando bem pouco para descansar.

Voltando um pouco no tempo, quando chegamos no Solo Sagrado já passava das duas horas da manhã, tomamos uma ótima sopa e a maioria voltou ao ônibus para dormir um pouco, antes da oração dos dedicantes que ocorreria somente às quatro horas da manhã.

Em vez de voltar ao ônibus, resolvi reafirmar o compromisso feito com meus antepassados para que, juntos, dedicássemos naquele dia. Fui então até a Praça dos Amores - um lugar muito gostoso que há no Solo Sagrado - e ali, de mãos dadas com meus antepassados e iluminados apenas pelo luar, teve lugar uma oração e uma conversa séria sobre o que iria ser feito naquele dia. Naquele momento ainda não sabia onde iria dedicar, mas seria feita da melhor forma possível.

Mas, sabe o que realmente chamou a atenção nisso tudo? A queda de meu Ohikari.

Mais uma vez abro parêntese para quem não sabe, simplificando: Ohikari é uma medalha que usamos para ministrar o Johrei - uma oração que purifica o espírito.

Em 16 anos de membro (completados neste 31 de outubro), nunca havia acontecido algo semelhante. Ao pegar a caixinha em cima da cômoda, acabando de me vestir para ir ao encontro do ônibus que me levaria ao Solo Sagrado, ela "voou" de minhas mãos e espatifou-se no chão - quando vi o Ohikari ali, esparramado, senti-me péssimo.

Eis o tal do negativo atuando novamente, afinal, nada explica aquele voo de minhas mãos, mas, se a intenção era mesmo abater-me.... insucesso.

Foi justamente esta queda que me fez fazer uma das melhores orações da minha vida. Empreguei tamanho sentimento nela e a fiz com tanta devoção, que isso afastou qualquer negativo que quisesse me influenciar naquela hora e me deu um ânimo muito forte para ir e dedicar durante o culto.

Fiquei recepcionando as pessoas que chegavam ao Centro Cultural, junto com meus antepassados (pela oração que fiz com eles na madrugada) e gostei muito.

Se doeram os joelhos? Sim, e como. O engraçado é que cheguei a achar que depois de ficar quase três horas sentado no ônibus de volta para Santos, eles esfriariam e seria complicado andar até em casa, que é o que normalmente acontece - ledo engano, pois sequer manquei (não sentia dor alguma).

Tchau negativo! Esta eu venci!

Este texto é também para agradecer a todos que foram usados para que eu recebesse este convite e pudesse ter esta oportunidade. E também ao casal Claudio e Rosemary, meus companheiros de dedicação no Centro Cultural que seguraram a bronca para que eu pudesse assistir ao Culto.

Muito obrigado.