sábado, 10 de dezembro de 2011

Luize & Manu

Luize e Manu estavam sempre juntas.

Quem quisesse achar Luize era só encontrar a Manu. Quem quisesse ver a Manu, era só localizar Luize. Era um grude só. Até para dormir estavam juntas, na mesma cama.

Luize não fazia absolutamente nada sem Manu. Bem, nem tanto, afinal era proibida de levar Manu para a escola, único momento do dia em que não estavam juntas e a cachorrinha ficava lá, em cima da cama, esperando pela dona, ou melhor, amiga.

Mas, sempre tem um mas... um dia Luize foi dormir em casa de uma amiga e com tantas meninas juntas não poderia levar a Manu.

No final da tarde de sábado o pai a levou à casa da amiga - até aí claro que a Manu estava junto. Luize a pegou, abraçou-a, deu-lhe um beijo de despedida e a deixou no banco de trás, onde era mais seguro.

O sábado e o domingo transcorreram alegres para Luize que, mesmo pensando na falta que Manu fazia, divertiu-se bastante com as amiguinhas. Mas já era meio-dia, hora do pai ir buscá-la.

Lá fora um dia tremendamente ensolarado, um calor enorme que dava para fritar ovos no asfalto.

Luize já pronta, esperava pelo pai.

O pai, por sua vez, quase chegando, resolveu pregar uma peça em Luize e parou o carro. Abriu o porta-malas e escondeu Manu ali dentro. Era coisa de três minutos.

Divertia-se imaginando a cara de Luize quando reparasse que Manu não estava no carro.

Rindo sozinho não percebeu a aproximação de dois elementos em uma moto que, na mesma hora, renderam-no sob a ameaça de um revólver e levaram o carro.

Passado o susto inicial, caiu a ficha e veio a preocupação: como dizer à Luize que roubaram o carro com a Manu dentro? E no porta-malas?

190! Sem pensar duas vezes ligou para a polícia na tentativa de que o carro fosse localizado sem perda de tempo.

Suando por todos os poros, debaixo do sol forte, não se sabe como, conseguiu esfriar a cabeça o suficiente para lembrar-se de que o carro era munido de GPS e poderia ser localizado.

Ligou para a seguradora que passou a monitorar o veículo. O carro foi encontrado duas horas depois, abandonado no estacionamento de um shopping na cidade vizinha e debaixo do sol causticante.

Preocupado com Manu, pediu para que os policiais que chegassem primeiro no veículo verificassem se a cachorrinha ainda estava no porta-malas.

Por telefone os policiais informaram que havia completo silêncio, nada respondia às pancadas dadas na tampa do porta-malas.

Imaginando o forno que estava lá dentro e as condições da cachorrinha, forçaram a abertura e se depararam com o que seria a Manu.

- Senhor, encontramos a cachorrinha de sua filha dentro do porta-malas mas...

- Ai meu Deus. Que bom, minha filha cairia doente se a tivessem levado. Ela está inteira?

- Sim senhor, mas...

- Não meu amigo, não tem nada de mas... Estou chegando aí para recuperar o carro e a Manu.

Cinco minutos depois lá estava ele, todo contente, dentro do carro com o ar condicionado ligado e, no colo, a cachorrinha Manu - o bichinho de pelúcia preferido de sua filha.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom, que agonia, mas prendeu a atenção! A "rede glóbulo" esta precisando de pessoas assim rsrss

abraços
rubem santory

Anônimo disse...

CARAMBA...prendeu a minha atenção...e fiquei lendo e imaginando a Manu...deu um aperto no coração...agora to com vontade de ir correndo pra casa apertar a monstrinha mais linda!!! rs

Gostei MTO...
Bjus
Bruna

M E U S A N T O S disse...

Cara , para quem tem uma Manu,alem do suspense , o texto nos deixou uma sensação abraçar nossa Manu, para perder-mos a sensação da perda iminente.Realmente a glóbulo poderia aproveita-lo. "Curti adoidado"
Abs.
A.Carlos