Edu, aos 12 anos, era um jovem bastante esperto e ansioso por novidades.
Os trabalhos escolares eram tirados de letra, sempre munido do fiel computador não dava chances para o azar e as notas baixas.
Mas ele, diferente dos colegas, não era adepto do famoso Ctrl C / Ctrl V. Ah não, com ele era diferente.
Edu gostava mesmo de ler e fazer os resumos tirando um pouco de cada texto lido, curtia ver o trabalho pronto, imprimido.
Impressão. Esse era o grande drama de Edu.
A impressora, definitivamente, não gostava dele e sempre encrencava, comia as folhas, prendia o papel, a tinta vazava. A hora da impressão era a própria lei de Murphy: se tinha de dar errado, dava.
O rapaz nutria verdadeiro ódio por aquela peste de máquina encrenqueira, que nunca ajudava e, volta e meia, o obrigava a levar os trabalhos para imprimir na Lan House.
Assim passavam os dias até que Edu deparou-se com o computador de seus sonhos. Uma máquina totalmente wireless com impressora acoplada no próprio corpo do computador. Pelo que viu, até a CPU era pequena, e tudo estava ali, juntinho: teclado, CPU e impressora - compacta e de impressão imediata. Era a solução!
Era digitar e a impressão já ia saindo de forma automática, sem problemas, sem folhas presas. O texto ia da cabeça para o teclado e, dali, direto para a impressão.
Que maravilha. A máquina dos sonhos virara, de imediato, o sonho de consumo do jovem Eduardo.
Sem mais pensar em nada, mandou um torpedo para o pai explicando, como podia, os detalhes daquela maravilha tecnológica. "Pai, você precisa ver. Com certeza é um lançamento novo, ainda não vi nas lojas, mas preciso ter uma dessas. A máquina é maravilhosa!"
O pai, sempre preocupado em dar ao filho tudo o que necessitasse para incentivá-lo, especialmente nos estudos, logo acessou o Google à procura da máquina maravilhosa que tanto encantara o filhão.
Procura daqui, procura dali e... nada. BuscaPé; UOL busca: NET Procura; MasterBusca, Bucaajato e outros tantos sites de busca, alguns até completamente desconhecidos e... nada de novo.
Mandou a secretária às lojas especializadas, consultou amigos, perdeu a manhã toda, sem nada localizar.
Será tão novo assim? Não podia ser, pois o filhão vira alguém usando.
Passado algum tempo, desistiu. Precisava falar com o filho, ver onde e como ele vira a máquina, obter mais explicações.
À noite, ao chegar em casa, foi logo interpelar o Edu:
- Meu filho, sobre aquele torpedo que me enviou, procurei em tudo quanto foi lugar e não achei nada desse computador compacto. Onde você viu essa máquina?
- Ah pai, disse Edu. Eu vi na loja do pai do Junior. A moça estava imprimindo o texto na hora em que chegamos. Fiquei com vergonha de pagar um mico e perguntar sobre aquele computador, mas achei demais.
- Bem, então vou até lá amanhã para ver como é e onde o compraram. Você não se lembra de nenhum detalhe?
- Hã?
2 comentários:
Quanto saudosimo! Lembro da época em que passava as tardes na biblioteca Mário Faria, na orla da praia de Santos, pesquisando naqueles livros que me davam coceira no nariz e transcrevendo as partes importantes em folhas almaço. Mas, de qualquer forma, dava menos dor de cabeça que a impressora maldita que atrasava nossa vida do Agência Facos ao Entrevista!
Muitoooo bom
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