sábado, 10 de setembro de 2011

Maldita impressora

Impressora
Edu, aos 12 anos, era um jovem bastante esperto e ansioso por novidades.
Os trabalhos escolares eram tirados de letra, sempre munido do fiel computador não dava chances para o azar e as notas baixas.
Mas ele, diferente dos colegas, não era adepto do famoso Ctrl C / Ctrl V. Ah não, com ele era diferente.
Edu gostava mesmo de ler e fazer os resumos tirando um pouco de cada texto lido, curtia ver o trabalho pronto, imprimido.
Impressão. Esse era o grande drama de Edu.
A impressora, definitivamente, não gostava dele e sempre encrencava, comia as folhas, prendia o papel, a tinta vazava. A hora da impressão era a própria lei de Murphy: se tinha de dar errado, dava.
O rapaz nutria verdadeiro ódio por aquela peste de máquina encrenqueira, que nunca ajudava e, volta e meia, o obrigava a levar os trabalhos para imprimir na Lan House.
Assim passavam os dias até que Edu deparou-se com o computador de seus sonhos. Uma máquina totalmente wireless com impressora acoplada no próprio corpo do computador. Pelo que viu, até a CPU era pequena, e tudo estava ali, juntinho: teclado, CPU e impressora - compacta e de impressão imediata. Era a solução!
Era digitar e a impressão já ia saindo de forma automática, sem problemas, sem folhas presas. O texto ia da cabeça para o teclado e, dali, direto para a impressão.
Que maravilha. A máquina dos sonhos virara, de imediato, o sonho de consumo do jovem Eduardo.
Sem mais pensar em nada, mandou um torpedo para o pai explicando, como podia, os detalhes daquela maravilha tecnológica. "Pai, você precisa ver. Com certeza é um lançamento novo, ainda não vi nas lojas, mas preciso ter uma dessas. A máquina é maravilhosa!"
O pai, sempre preocupado em dar ao filho tudo o que necessitasse para incentivá-lo, especialmente nos estudos, logo acessou o Google à procura da máquina maravilhosa que tanto encantara o filhão.
Procura daqui, procura dali e... nada. BuscaPé; UOL busca: NET Procura; MasterBusca, Bucaajato e outros tantos sites de busca, alguns até completamente desconhecidos e... nada de novo.
Mandou a secretária às lojas especializadas, consultou amigos, perdeu a manhã toda, sem nada localizar.
Será tão novo assim? Não podia ser, pois o filhão vira alguém usando.
Passado algum tempo, desistiu. Precisava falar com o filho, ver onde e como ele vira a máquina, obter mais explicações.
À noite, ao chegar em casa, foi logo interpelar o Edu:
- Meu filho, sobre aquele torpedo que me enviou, procurei em tudo quanto foi lugar e não achei nada desse computador compacto. Onde você viu essa máquina?
- Ah pai, disse Edu. Eu vi na loja do pai do Junior. A moça estava imprimindo o texto na hora em que chegamos. Fiquei com vergonha de pagar um mico e perguntar sobre aquele computador, mas achei demais.
- Bem, então vou até lá amanhã para ver como é e onde o compraram. Você não se lembra de nenhum detalhe?
- Bom, eu lembro da marca e do modelo. A marca era Olivetti, o modelo era o ET-1250.
- Hã?

2 comentários:

Cinemando disse...

Quanto saudosimo! Lembro da época em que passava as tardes na biblioteca Mário Faria, na orla da praia de Santos, pesquisando naqueles livros que me davam coceira no nariz e transcrevendo as partes importantes em folhas almaço. Mas, de qualquer forma, dava menos dor de cabeça que a impressora maldita que atrasava nossa vida do Agência Facos ao Entrevista!

Ricardo disse...

Muitoooo bom