Imagem extraída do blog Semióticas
No alto, "Independência ou Morte" (1888), mais conhecido como “O Grito do Ipiranga”, óleo sobre tela de Pedro Américo (1843-1905). Acima, a identificação dos personagens principais em cena: 1. Sargento-mor Antonio Ramos Cordeiro; 2. Paulo Bregaro; 3. Francisco Gomes da Silva, o Chalaça; 4. Antônio Leite Pereira da Gama Lobo; 5. Brigadeiro Manuel Rodrigues Jordão; 6. Luís Saldanha da Gama; 7. Dom Pedro I; 8. Capitão-mor Manoel Marcondes Mello; 9. Pedro Américo (autorretrato); 10. Casa do Grito; 11. Córrego do Ipiranga; 12. Trabalhador anônimo
Assim como o soldado grego Feidípedes que percorreu os 42km que separavam o campo de batalha de Maratona e Atenas, de forma praticamente ininterrupta, para avisar o exército ateniense acerca da vitória em Maratona e uma possível revanche dos persas, o que deu tempo para que Atenas se preparasse e rechaçasse os persas, temos no Brasil o Paulo Emílio Bregaro, ou simplesmente Paulo Bregaro como é conhecido; ele agiu de forma semelhante.
Claro, há diferenças marcantes: Bregaro não caiu, morrendo de exaustão após cumprir suas ordens, foi a cavalo e não a pé e percorreu uma distância bem maior, entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, o que dá muito mais que 42,195km.
Bonita introdução mas, qual o porquê de falarmos sobre Paulo Bregaro neste 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil?
Isso é bastante simples - ele foi um importante colaborador para que Dom Pedro (que ainda não era I) desse o famoso grito “independência ou morte!”
Vamos às explicações.
Em 1822 já existia o Correio-Mor no Brasil Colônia, contudo a entrega de correspondências era precária além da conta, o que seguiu até meados do século XIX e, devido a isso, as pessoas evitavam usá-lo, principalmente tendo de pagar pelos serviços.
Dessa forma, davam preferência a usar a mão de obra gratuita dos tropeiros, bandeirantes ou até mesmo dos escravos.
Contudo, um carteiro sobressaiu-se na história postal brasileira, apesar da total precariedade, ao levar uma carta de Dom João VI, com instruções da corte portuguesa e cartas de José Bonifácio, de Dona Leopoldina e de Chamberlain - agente secreto do príncipe. Sim, foi Paulo Bregaro o carteiro que viajou em companhia do Sargento-mor Antonio Ramos Cordeiro.
José Bonifácio foi enfático na recomendação a Paulo Bregaro - há algumas versões, mas o sentido é o mesmo. Duas delas:
“Arrebente e estafe quantos cavalos necessários, mas entregue a carta com toda a urgência".
"Se não arrebentar uma dúzia de cavalos, no caminho, nunca mais será correio; veja o que faz!"
E lá foi o mensageiro, viajando de forma praticamente ininterrupta, como fizera o grego há alguns séculos. Dá para imaginar o que foi esta viagem?
Dizem as más línguas que, de fato, o interesse de José Bonifácio era que o mensageiro encontrasse Dom Pedro ainda em Santos para que a independência do Brasil ocorresse nas terras de origem dos irmãos Andrada.
Por mais cavalos que Bregaro e o Sargento-mor “arrebentassem”, o grito de independência, como sabemos, acabou acontecendo já em São Paulo, às margens do Riacho Ipiranga.
Por esta entrega incomum, Paulo Bregaro dá seu nome a algumas ruas em cidades deste nosso Brasilzão e é Patrono dos Correios do Brasil.
E por tudo isso, além de ser personagem esquecido de nossa história, é que este Blog presta esta homenagem, resgatando um dos heróis de nossa independência.
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Um comentário:
Muito bom ler sobre nossa história e saber como ocorreram os fatos de verdade.
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