Depois de um cursinho intensivo de espeleologia, para aprender a conquistar cavernas de maneira segura e compra dos equipamentos corretos, como a super lanterna de led adquirida numa loja virtual, Eriberto julgava-se pronto para a maior aventura de sua vida.
O preparo físico também fora essencial para aquele grande empreendimento. O audacioso jovem contratou personal trainers específicos para cada área e se envolveu como nunca em exercícios de musculação, aeróbica, natação, corrida, yoga e tudo o mais.
Tinha de estar preparado e com mente e corpo em perfeito estado.
Estudou tudo nos mínimos detalhes com os expertos em cavernas, grutas e afins. Até com especialistas em segurança e guerrilhas, apelando para as Forças Armadas o jovem aventureiro se meteu.
E era preciso, haja vista que o terreno em que pisaria era por demais perigoso e o voo, a aterrissagem e o entrar na caverna só poderiam ocorrer na calada a noite, quando todos estivessem dormindo; assim ele teria mais chances de não ser surpreendido.
Se fosse surpreendido, a possibilidade de sair ileso era mínima e, assim todo cuidado era pouco.
Tudo arrumado, despediu-se da noiva, dos pais e levantou voo rumo à uma aventura incerta que, para ele, tinha um significado enorme: provar a todos que aquilo não era uma utopia e sim um sonho perfeitamente realizável se quem se dispusesse a conquistá-lo estivesse plenamente preparado. Eriberto estava.
Sobrevoou planando o território inimigo e conseguiu descer bem em frente àquela caverna sem que fosse notado. Até ali, tudo bem.
Tateou no escuro, afinal só poderia acender a lanterna já dentro da caverna, para não chamar a atenção. Apertou os olhos, visualizou a entrada da gruta e partiu sem medo, resoluto a conquistar seu sonho de desbravador.
Território nunca antes pisado. Uma vegetação totalmente estranha pendia de todos os lados da caverna - se é que aquilo podia ser chamado de vegetação. Algumas pedras pelo caminho, estranhas como a vegetação, pois pareciam pedras mas não eram tão duras assim.
Tudo aquilo não importava. Eriberto seguia em frente no firme propósito de atingir seu destino.
De repente um buraco enorme desenhava-se à sua frente. Totalmente preparado que estava, aquilo era algo já esperado e lá foi o jovem, descendo com cuidado até que estancou temeroso.
Tudo começou a tremer e a caverna parecia ter caído de lado. Muito estranho aquilo mas, quando parou, Eriberto estufou o peito e continuou sua estranha aventura.
Chegou a uma galeria enorme, de piso macio. Saindo daquele buraco - que continuava seguindo abaixo - entrou naquela galeria que era o seu destino maior.
Havia conquistado!
Fincou a bandeira e... e.... "Onde está minha máquina fotográfica"? Gritou desesperado como se alguém pudesse ouvi-lo. Esquecera-se da máquina.
Impasse. Como Eriberto iria provar, contrariando o velho ditado, que havia sido, via fossa nasal, a primeira mosca a entrar em uma boca fechada!?
Um comentário:
Não obstante ao fato de ter lido na "calada a noite", e a ilustração identificar uma mosca ou outro inseto voador, o que tirou um pouco da surpresa, gostei pois quebrou um tabu. rsrsrs
Postar um comentário