Uma vez, depois de ler alguns Haikais publicados por Guilherme de Almeida, atrevi-me a escrever alguns. Tratos à bola, rachei a cabeça e descobri um excelente exercício - e gostoso: escrever haikais. Tente (se não souber como contar as sílabas na poesia, o "Tio Google" ensina).
Haikai - poesia japonesa criada por Bashô no século XVII (não exige rima, apenas frases conexas)
5 sílabas / 7 sílabas / 5 sílabas
Um exemplo do próprio Bashô
"Furu ike ya
Kawazu tobi komu
Mizu no oto"
Traduzindo:
No tanque morto
o ruído de uma
rã que mergulha
Meus Haikarlos (sem métrica mas com a rima Guilhermina - Haikarlos? Neologismo by Profa. Alessio)
Dormindo
Na noite do escuro soturno
Cada casa se cala
Só não cala o sonho noturno
Má sorte
Todos até creem
Que a má sorte pode dar em morte
Mas nem todos veem
Preguiça
Vejo televisão
Se procurar e nada achar
Cochilo no chão
Meus haikais... (com o número certo de sílabas)
Canoro
O canário canta
Em uma manhã cinzenta
O povo encanta
Já era
O ovo podre caiu
O pobre pinto morreu
O mundo ruiu
TCndo
A menina tecla
O computador processa
E ela trabalha
Chuva
Muita água lá fora
Aqui dentro tá escuro
Acendo a luz
Primavera
A rosa abre
No mundo cinza sem cor
E a luz reabre
Meus Haikais Guillerminos (Guilheme de Almeida introduziu a rima: a primeira rima com a terceira e a segunda numa rima interna, consigo mesma) - mesmo número de sílabas do Hakai japonês [5-7-5].
A Caverna
Daqui não permita
Que pegue, tire e leve
Saudade? Admita
Lei de Murphy
Se era para perder
Por que lutou? Devotou?
Melhor esquecer
Queimou
A moça vê TV
Do fogão não tem noção
Queimou o pavê
Já era
Um corpo cai
No chão desse mundo cão
A vida se esvai
Ex-fome
Pizza com Maria
Comer e a fome perder
Noite ou dia
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