Dia desses estava no escritório do Dr. Sidnei Lostado, o advogado que escreve a coluna Farol Jurídico na Revista O Contêiner, publicação sob minha responsabilidade, e, dando uma olhada nas revistas da sala de espera, uma me chamou a atenção pela matéria de capa. Era uma edição de Veja, de algumas semanas atrás, que tratava dos nossos jovens, possíveis promessas do futebol, "caçados" por olheiros.
Nossos craques estão indo embora antes de se formarem craques. Olheiros profissionais estão espalhados pelo país todo à procura de garotos com bom potencial de se transformarem em craques no futuro.
Logo acenam com contratos mirabolantes aos pais que, na grande maioria das vezes, são pobres sonhadores com um futuro promissor para os filhos e, por conseguinte, para a própria família.
Bem, nosso futebol não é mais nosso há algum tempo. Os craques que aqui conseguem despontar logo vão para o exterior, mas o Brasil não é só futebol.
Por que não termos olheiros também para futuros craques em potencial para áreas menos esportivas como matemática, biologia, engenharia e outras atividades acadêmicas que poderiam formar grandes craques, com uma vida útil bem mais longa que a de um jogador de futebol? Craques de verdade, que, com o passar do tempo, tornar-se-iam cada vez mais craques.
Se toda a infraestrutura que o futebol recebe e dá aos jogadores também fosse dispensada a esses craques da cultura, do estudo, sem dúvida poderíamos também ter nossos vencedores de prêmios Nobel. Teríamos o Brasil destacado em outro tipo de Copa do Mundo, com universidades investindo em pesquisas devidamente patrocinadas pelas mesmas grandes marcas que sustentam o futebol.
Por vezes, aqui e ali surgem alguns gênios, aos quais a televisão concede os 15 minutos de fama e depois... bem, depois caem no esquecimento. Se houvesse olheiros cuidando desses gênios, com certeza apareceriam muitos mais e o Brasil lucraria bem mais com os estudos e pesquisas que com os dólares e euros trazidos pelo futebol.
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