Eram amigos de infância. Sempre foram vizinhos e estudaram na mesma escola, mas o tempo tratou de mudar aquele sentimento de simples amizade.
Em uma tarde, quando ela voltava da aula particular de piano, bastou uma troca de olhares para que algo fluísse... e aconteceu. Aqueles coraçõezinhos começaram a bater mais forte.
Ambos adolescentes, nenhum deles havia visto o outro ter ficado, namorado ou qualquer coisa do gênero. Era a primeira vez em tudo.
Passados alguns dias daquele acelerar de corações, os dois ficavam cada vez mais retraídos quando próximos, era uma timidez que ainda não haviam experimentado. Sempre se relacionaram muito bem, trocando confidências e tudo o mais.
Algo havia mudado naquele relacionamento de menino e menina. Não sabiam direito o que era aquilo. Será que não?
Vencendo toda a timidez que a presença dela lhe causava, imbuído de muita coragem, um temeroso Alberto tocou nas mãos de Ana Maria que, ruborizada, não mexeu um músculo, deixando que se encostassem.
Risinhos daqui e dali, a conversa foi tomando o rumo desejado pelos dois e começaram um namorico ali mesmo.
Os dias foram passando... as semanas... os meses... e o namoro ficando cada vez mais sério; o amor cada vez mais forte.
Passaram-se os anos, a maioridade chegara e eles continuavam naquela namoro de adolescentes, sem... sem... sem... sem que chegassem às vias de fato. É, vamos falar assim.
Claro que o desejo sexual era latente, mas também era ardente, presente, permanente e persistente.
Com pais ultraconservadores, pensar em sexo antes do casamento era surreal.. Simplesmente não poderia acontecer.
Que fazer com todo aquele desejo?
Estavam decididos. Apesar de os pais serem controladores, aquele desejo não poderia continua reprimido. Ambos compartilhavam da mesma opinião: tinha de acontecer
Mas, tinha de ser especial. Muito especial - iam perder a virgindade juntos
Alberto soube de um motel que havia sido inaugurado há pouco tempo em uma cidade vizinha e foi lá para conhecer o local. Saber se era digno e se estava à altura do grande momento com a amada.
Voltou todo confiante a alegre com o que vira. Era ideal e ia fazer uma grande surpresa para a Ama, forma carinhosa como chamava Ana Maria - uma mistura de Ana Maria com amor.
No sábado, saíram para passear como sempre faziam. Iam passar a tarde fora, indo ao cinema, parque etc. Iam a pé mesmo.
Assim pensavam os pais.
Tudo calculado, Alberto pegara um carro alugado, para não usar o do pai e partiram para a cidade vizinha.
No quarto, ele não aguentando mais segurar aquela vontade de fazer amor com a amada, teve de esperar um pouco mais. Ela queria ir ao banheiro, aprontar-se para ele, pôr uma linda lingerie que havia comprado para a ocasião.
Não houve jeito, mas ele adorou a ideia de vê-la de lingerie... aquilo seria demais.
Deitado na cama, esperando por ela, pegou o celular para se distrair um pouco e assim afastar da cabeça aqueles pensamentos todos e acalmar as ideias.
Quando foi buscar a senha do wi-fi estranhou - ela entrara direto, mostrando já estar cadastrada no aparelho.
Como assim? Foi aí que notou que, por engano, havia pego o celular dela e não o dele...
- Amor...?